S.O.S

Não.

Me recuso a continuar assim. Cerrada nessa torre de concreto, com os olhos vendados e as mãos atadas.

Salve-me, criatura alada. Salve-me, belo da armadura dourada. Sabem bem que o chão é pouco para mim.

Não.

Eu quero o céu. Quero a maior das alturas, a maior das loucuras. Quero o inalcançável, quero o impossível.

Levem-se em suas redomas de ferro, me mostrem o pôr do sol sob outro ponto de vista.

Sim.

Nunca mais ouvir o estridente telefone sobre a mesa. Nunca mais sentir a angústia da gravidade. A pressão da vida. Nunca mais ser alguém.

Ser tudo.

Ser nada.

Ser o infinito.

Ser.

E ao acordar, ter a delícia de perceber que meus pés ainda não tocam o chão.

Carol Santucci
Enviado por Carol Santucci em 21/04/2014
Reeditado em 21/04/2014
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