S.O.S
Não.
Me recuso a continuar assim. Cerrada nessa torre de concreto, com os olhos vendados e as mãos atadas.
Salve-me, criatura alada. Salve-me, belo da armadura dourada. Sabem bem que o chão é pouco para mim.
Não.
Eu quero o céu. Quero a maior das alturas, a maior das loucuras. Quero o inalcançável, quero o impossível.
Levem-se em suas redomas de ferro, me mostrem o pôr do sol sob outro ponto de vista.
Sim.
Nunca mais ouvir o estridente telefone sobre a mesa. Nunca mais sentir a angústia da gravidade. A pressão da vida. Nunca mais ser alguém.
Ser tudo.
Ser nada.
Ser o infinito.
Ser.
E ao acordar, ter a delícia de perceber que meus pés ainda não tocam o chão.