Máquinas Humanas
A vida moderna ao mesmo tempo em que nos tornou
seres sedentários nos transformou em escravos do
tempo, remetendo-nos a um ritmo de vida alucinante,
biologicamente desumano.
Submissos ao senhor absoluto tempo, nem nos damos
conta da velocidade a que somos submetidos.
Nesse corre-corre desenfreado não nos questionamos
o porquê de tanta pressa, se quer paramos pra
pensar que quanto mais corremos, mais perto do
destino final chegamos. E o destino final
indistintamente é o mesmo para todos - a morte.
Perante a imensidão do universo a vida é um sopro,
um breve vôo de borboleta. Então que tal começar
a andar mais devagar? Parar jamais, mas caminhar
numa velocidade que nos permita contemplar a vida
em sua plenitude, admirar a beleza de tudo que nos
cerca, observar os detalhes, sentir com todos os
sentidos, nos tornarmos templo de uma poesia
viva e atuante,
penetrar na intimidade mais profunda do nosso eu,
atravessar essa tênue linha que separa sonho e
realidade e sem pressa alguma viver
intensamente cada segundo dessa dádiva
maravilhosa que é a vida.
(Edna Frigato)