SENHORA IDOSA

* Expedita Maciel – Escritora.

Eu era uma donzela cheia de dons e bela;

Cantava e encantava;

Cantada, eu escutava que muitas vezes me curavam os males com boas palavras e elogios;

Meu ego reagia.

Me sentia bem e agradecia;

Ficava feliz ;

e agradecia a Deus por ter me feito assim.

E se alguém me destratassem;

Por inveja ou maldade;

Eu nem ligava;

Pois dizia cá dentro de mim;

Quem és tu?

Para me deixar triste ou mesmo zangada?

Sou feliz, alegre, bonita, tenho saúde, amigos, juventude e força para trabalhar e vencer.

Com muita admiração e dedicação; e

Com minha ação por meus amados amigos.

Hoje, graças a Deus, estou chegando na melhor idade;

Não, não, melhor idade, não;

Não gosto de me enganar;

Pois a idade trás as dores;

É a idade do condor;

Dor aqui, dor ali, passa mais volta.

Vai, mais é gosto, depois passa;

Os cabelos estão ficando grisalhos;

Brancos, mas com eles chegam também a sabedoria;

Pois ganhamos experiências e discernimento, mesmo com muito sofrimento ás vezes.

E podemos aos nossos descendentes transmitir;

Conselho e orientação sobre o bem, o bom e o belo.

As rugas que vão surgindo;

É um espanto!

Mas com amor eu digo: és bem vinda.

Ainda tenho com certeza beleza;

E resplandeço quando conto como amadureci e o que aprendi.

Vejo minhas mãos que eram firmes;

Que seguravam os meus bebes;

Nos braços incansáveis;

Que também abraçavam o homem amado;

Que seguravam o futuro do nosso amor.

Agora, embora tremendo, seguro minha bisneta, que dará continuação, com boas ações, parecidas com as minhas, sem reclamações.

Não se engane;

E nem ao seu próximo;

Tenha sabedoria;

Para com gratidão envelhecer;

Quando tantos irão perecer;

Antes de envelhecer.

Agradeça a Deus por sua limitação;

Mas com vida e perfeição.

Lembre-se:

Muitos viverão muitos anos porque, ainda, terão que saldar contas a pagar.

Lembre-se do seu criador ainda na sua mocidade;

Para quando chegar, como agora, na idade não tenha dias tristes.

Senhora idosa!

Sim.

Mas bondosa, feliz e alegre, servil

e sempre como um espelho,

onde a minha descendência poderá se mirar, olhar e gostar do que viu.

Graças a Deus.