A moça e a chuva

A moça e a chuva

Ela olhava os pingos e olhava o relógio,

olhava o relógio e olhava os pingos.

Pingos, pingos, pingos,

mansinhos, mansinhos,

os grossos já haviam se precipitado de uma vez.

Espiava e pensava: será que vai parar?

Não, não ia,

ia pingar, pingar e pingar.

Resolveu encarar a trilha.

Respirou, agarrou a agenda e disparou.

Vai e vem,

vai e vem,

vai e vem.

Entre uma poça e outra,

o passo mais apertado,

os pingos foram escaceando.

Pingo aqui,

outro ali,

pingo acolá,

e a saia ventando,

pra lá e pra cá.

Sandália alta,

corpo empinado,

olhos apertados,

fuga certeira da água empoçada.

Chegou.

Gente saindo, ela entrando.

Catraca pra fora, a dela pra dentro.

Agora é escrever para registrar.

Segunda tem mais entrevista para acompanhar.

Boa tarde!

Lúcia Siqueira

11/04/2014 - 17:37 h.

Percurso Ed.Prêmio/Ed. Sede

Baronesa
Enviado por Baronesa em 11/04/2014
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