"MAS NÃO ME IMPORTO "

Não me importo com o bem e com o mal na poesia,

como também não me importo

com o certo e o errado,

pois tudo é relativo.

Sei que isso pode parecer sórdido,

mas não me importo com a sordidez relativa.

Quem escreve por compulsão desanda a linguagem

dos que querem contrariar a verdade dos sonhos esquecidos.

Que cinzas são essas que se dissipam

na inutilidade dos vagos sentidos do entender abstrato.

Uma rosa é uma rosa e seu destino é ser rosa.

Um poema não pode ser mais que um poema,

ou rosa daninha no meio de um canteiro silencioso

impregnado de afeições, um colar de pérolas

que se rompeu, sonhos sonhados e esquecidos:

cinzas dispersas. Isto resume a inutilidade do vago sentido

de entender o abstrato na poesia.