APOCALIPSE

Havia o Homem cujos atos ficaram ao longo do caminho,

Na tristeza dos adeuses,

No silêncio da fé,

Na alegria e criar;

Havia o cão acompanhando o amo,

Fiel e contente,

Fosse o sol inclemente ou a chuva desanimadora.

Havia o ciclo das estações trazendo as flores,

Os frutos, a revoada de folhas no outono,

O frio inclemente com seu gélido sopro.

Havia a ave canora, a borboleta colorida,

A flor magnífica, a estrela misteriosa,

Inspirações do poeta e preocupações do sábio.

Havia a música, milagre do som realizado

Através da mente criadora,

Havia a esperança, alento do futuro,

O desabrochar das coisas criadas ao ritmo da natureza,

A metamorfose das coisas recriadas ao capricho do homem.

Havia a coração trêmulo diante do amor,

Estoico perante o sofrimento,

Destemido frente ao perigo;

Havia a equação, a fórmula, a rima, a tese,

A ciência a perscrutar o mistério das coisas.

Havia a aventura, a guerra, o domínio do ódio,

A pujança do amor, a ambição do ouro,

O desejo da glória e toda uma coorte

De sentimentos, de contradições,

De perdas e buscas, fugas e retornos.

Havia o átomo, ínfima partícula,

Cuja desintegração abalou as bases do Universo...

E no silêncio do tempos,

sob camadas de poeira estéril,

Só restou o nada

Para além do caos.

De sentimentos

hortencia de alencar pereira lima
Enviado por hortencia de alencar pereira lima em 09/04/2014
Código do texto: T4762405
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2014. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.