APOCALIPSE
Havia o Homem cujos atos ficaram ao longo do caminho,
Na tristeza dos adeuses,
No silêncio da fé,
Na alegria e criar;
Havia o cão acompanhando o amo,
Fiel e contente,
Fosse o sol inclemente ou a chuva desanimadora.
Havia o ciclo das estações trazendo as flores,
Os frutos, a revoada de folhas no outono,
O frio inclemente com seu gélido sopro.
Havia a ave canora, a borboleta colorida,
A flor magnífica, a estrela misteriosa,
Inspirações do poeta e preocupações do sábio.
Havia a música, milagre do som realizado
Através da mente criadora,
Havia a esperança, alento do futuro,
O desabrochar das coisas criadas ao ritmo da natureza,
A metamorfose das coisas recriadas ao capricho do homem.
Havia a coração trêmulo diante do amor,
Estoico perante o sofrimento,
Destemido frente ao perigo;
Havia a equação, a fórmula, a rima, a tese,
A ciência a perscrutar o mistério das coisas.
Havia a aventura, a guerra, o domínio do ódio,
A pujança do amor, a ambição do ouro,
O desejo da glória e toda uma coorte
De sentimentos, de contradições,
De perdas e buscas, fugas e retornos.
Havia o átomo, ínfima partícula,
Cuja desintegração abalou as bases do Universo...
E no silêncio do tempos,
sob camadas de poeira estéril,
Só restou o nada
Para além do caos.
De sentimentos