Eu vi o Deus
Eu vi o deus de um amigo sentado no banco da praça, fumando um charuto e bebendo Wisky, de tragada em tragada ele criava figuras com a fumaça, mas logo as extinguia com a bebida maldita.
Quem nunca viu esse deus? Ele está em todo lugar, nas ruas, nas vielas, nos cemitérios, no puteiro, o deus santo e esplêndido, do tamanho do vício humano.
O deus sujo e maltrapilho é gigantesco, tão grande que não cabe no meu coração, mas o carrego no bolso do meu paletó. Preces? sim, eu faço preces a este deus. Toda vez que passo naquela praça eu lhe dou uma moeda, bebo da sua bebida e fumo do seu cigarro, afinal, não há prece maior do que beber junto com o deus.