UM PASSO II

De braços abertos

te recebi nas fronteiras do meu mundo;

franqueei-te minhas portas,

dei-te a conhecer meus deuses, meus tesouros...

Do cume das minhas montanhas

mostrei-te as paisagens mais queridas;

levei-te pelo caminho de minha história;

dei-te a beber das minhas fontes límpidas;

apontei-te a beleza de minhas estrelas.

Servi-te à mesa do banquete,

ungi-te com meus perfumes,

guiei-te por minhas cordilheiras,

meus abismos, grutas e mistérios...

Contudo não te amadureci,

não te esclareci,

nem pude te ensinar minha linguagem...

És ainda a criança que quebras teus brinquedos,

sem chegar a ama-los;

que pisas indiferente as flores que te oferecem;

que colhes os frutos à farta,

e os desperdiças se dó,

por desconheceres a medida do teu apetite.

De volta ao teu mundo, esperarás que o tempo te esclareça

o passo dado levianamente que não soubeste avaliar,

enquanto eu prossigo na escalada do meu universo ilimitado.

Tens plantada em ti a semente da magia que te impus,

que a seu tempo, verás, será árvore e frutificará.

hortencia de alencar pereira lima
Enviado por hortencia de alencar pereira lima em 02/04/2014
Reeditado em 02/04/2014
Código do texto: T4753060
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