UM PASSO I

Há um passo a dar:

um simples, um diminuto, um leve passo...

um movimento só, um impulso sutil como um bater de asas,

que te amedronta mais que o voo alto dos falcões,

a velocidade ultrassônica dos foguetes,

ou a viagem intemporal de um disco voador.

Temes esse passo pelo desconhecido que representa:

quem sabe uma queda?

o abismo, a voragem da incerteza que te consome?

No limite das tuas verdades preconcebidas,

esse passo representa conceitos para os quais não te sentes pronto.

É preciso que cresças, que te libertes do casulo da tua infantilidade,

e, passo dado, penetres num mundo novo,

onde tuas asas adultas,

te elevem num voo extraordinário.

É em vão que clames por meu socorro,

e me interrogues sem remédio.

Tens que crescer sem que eu te auxilie;

e a decisão de dar o passo,

há de vir da tua maturidade.

Na minha dimensão eu desconheço

o medo, o mistério, a indecisão;

não me aflige buscar soluções,

pois como a esfinge, eu proponho os enigmas.

Estou além dos paradigmas,

além das influências.

acima do bem e do mal.

No limiar do teu passo

espero... de braços abertos para receber-te,

...aguardo que te decidas...

hortencia de alencar pereira lima
Enviado por hortencia de alencar pereira lima em 02/04/2014
Reeditado em 02/04/2014
Código do texto: T4753042
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