Do amor

Do amor

Maju Guerra

Hoje, com semblante e alma tristonhas,

Me peguei pensando em voz baixa

Sobre o que se ouve vida afora,

Começa na infância,

Palavras e histórias sobre o amor.

Não entendi do amor, hoje percebo,

Não sei bem se soube amar como deve ser.

Descobri que ele se afasta de quem o teme,

O amor não tolera desconfianças.

Amor é sentimento misterioso, caprichoso,

Alça voos e voos em torno de nós,

Desafiador e inconsequente,

Conhece bem o seu poder.

O amor não nos mostra suas mil faces,

Rindo ou sofrendo, quem quiser que as descubra,

Ele costuma nos dar apenas duas escolhas,

Não lhe aprazem os meios-termos.

Vi e revivi cenas coloridas e sem cores da minha vida.

Apesar de tudo, teimosa que sou,

Pretensiosa, até pode ser,

Ainda espero conhecer e desfrutar do amor,

Felicidade é coisa que não se deve abrir mão tão fácil.

Espero e aguardo, quem sabe o amor me encontre,

Goste de mim e se desnude à minha frente?

Quem sabe eu faça a escolha que o agrade,

E livre dos medos, prefira a renúncia sem olhar pra trás?

Véus de sete cores se abrindo

A me mostrar que tudo ainda pode ser.

Maria Julia Guerra.

Licença: Creative Commons.

Salvador, janeiro de 2010.