DOCES LEMBRANÇAS AMARGAS
Respirei fundo
O ar seco, áspero, morto me queimou a garganta, os olhos transbordaram-se com violência, com se quisessem eles mesmos jogarem-se ao ar, acompanhados pelo grito mudo, que trancado no corpo, explode na alma
E a cólera contida nas vermelhas lágrimas, que rapidamente escorrem pelo rosto até a boca seca, juntando-se ao gosto amargo do passado sujo, que agora pesa no ventre, entorpecendo, envenenando o corpo, matando a alma noite a noite, traz a saudade dos céus, das brisas suaves, das delicadas asas, da grama verde, da doçura do mel, do barulho da água, da serenidade dos dias... da alegria da alma...