ZADOQUE
seu reflexo condicionado no espelho é frio,
e mesmo assim...
minha saudade saúda a sua distância
e lagrimas banham o árido açoite térreo na face marcada
neste ano próspero o nada governa
drenando as gotas negras da tua alma em terra
desencadeando deserto na cidade
com rosto alegre e igual mascarando a tristeza
libertando o teu mal pra fazer-se o milagre
sacrificando o amor pra te fazer feliz
ao ver-te no espelho mais NÃO reconhece-la
deitar minha face na cama suja de cobertas limpas
drenar o pântano que afunda minha alma
a noite sibila espectros vorazes ao acaso
o oculto se fez presente pru meu sacrifício
crucificando a espera que não vai chegar
estado de calma pru desespero do mais tarde
o encontro de dois pontos numa linha reta
o tempo morde a própria calda
ouroborus faminto no infinito
nessa eterna estação traz o trem, inverno e verão
o feitiço perpetua a engrenagem
enquanto consome o motor a ferrugem
no vazio palpitar desse músculo cardíaco
a balança pesa meu pesar maldito zodíaco
maldita seja espera, maldita seja a esfera maldita seja
a flor em que em ti habita.