ZADOQUE

seu reflexo condicionado no espelho é frio,

e mesmo assim...

minha saudade saúda a sua distância

e lagrimas banham o árido açoite térreo na face marcada

neste ano próspero o nada governa

drenando as gotas negras da tua alma em terra

desencadeando deserto na cidade

com rosto alegre e igual mascarando a tristeza

libertando o teu mal pra fazer-se o milagre

sacrificando o amor pra te fazer feliz

ao ver-te no espelho mais NÃO reconhece-la

deitar minha face na cama suja de cobertas limpas

drenar o pântano que afunda minha alma

a noite sibila espectros vorazes ao acaso

o oculto se fez presente pru meu sacrifício

crucificando a espera que não vai chegar

estado de calma pru desespero do mais tarde

o encontro de dois pontos numa linha reta

o tempo morde a própria calda

ouroborus faminto no infinito

nessa eterna estação traz o trem, inverno e verão

o feitiço perpetua a engrenagem

enquanto consome o motor a ferrugem

no vazio palpitar desse músculo cardíaco

a balança pesa meu pesar maldito zodíaco

maldita seja espera, maldita seja a esfera maldita seja

a flor em que em ti habita.

Cristiano Leandro
Enviado por Cristiano Leandro em 25/03/2014
Reeditado em 26/03/2014
Código do texto: T4743739
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