COMUM EU...
Comum...
Assim sigo sendo átomo multiplicador,
por vezes divido, noutras subtraio,
sem me permitir perder a ternura ou a sagaz voracidade.
Permito-me ser quem sou, inda que não aceitem,
inda que rejeitem.
Quero todas as loucuras, sanidade nunca foi lei, não,
as vezes sou transgressora de mim,
as vezes sou singular, e múltiplas vezes sou plural.
Um átimo indelével aos ventos,
sujeita a temporalidade sem causa, ou em causa própria,
Sem tempo onde me sou, onde me vou.
Para além do eterno,
não viverei de uma só vez...
e por certo,
morrerei quantas vezes precisar renascer.
Angustiadamente respiro entre células dissonantes,
entre carne e pó, entre o céu e o inferno de mim.
Cássia Da Rovare