Ares de outono
"Meu coração de poeta, de alma livre e singela sobrevoa os pensamentos vãos de onde saem o que sou..."
Mônica Ribeiro
Naveguei pra retornar as margens de mim mesma.
Os ares do novo outono que buscam nas brumas que não há, dão cheiro em flor,
pulverizam sonatas e acordas perfumados no meu peito saudoso de ti e de mim.
A mulher que recosta nas montanhas e sai a dançar com alvas madeixas pela minha face
me pega pelas calçadas a passear no meu silêncio.
Cada casa e varanda em desalinho que vejo é um enternecer de todo o tumultuar da vida, que passa, sacode e se vai...
Vejo madeira e perfumes anunciando a nova estação que me assombra docemente o que não conheço de minhas palavras.
É loucura ser poeta, a inspiração que mete medo, mas adoça o que um dia se finirá...
Mônica Ribeiro
25/03/2014