Fotografia de © Ana Ferreira
“Quando a última árvore tiver caído,
quando o último rio tiver secado,
quando o último peixe for pescado,
saberão que dinheiro não se come.”
(Greenpeace)
AINDA É TEMPO…
Houve um tempo
no qual a passagem das horas deixava-se sentir,
à medida que pisávamos as pedras nuas,
despidas de poluição.
Nossos avós conheciam os segredos de cada caminho,
de cada árvore, conversavam com o sol.
Conheciam as caras da lua,
sabiam notícias do mundo
trazidas pela voz do vento em jeito de canção.
Ainda é tempo de recuperar as coisas boas
que deixamos desaparecer nas esquinas dos caminhos.
Urge encontrá-las. Essa é a grande (re)descoberta.
O grande regresso ao centro de nós mesmos,
onde se escondem tesouros que já tivemos na mão
e permitimos que roubassem.
Ainda é tempo
de (re)construir um novo templo.
Ainda estamos a tempo...
De entender as palavras do vento.
Ainda estamos a tempo de chegar,
antes que feneça o brilho das estrelas.
Ainda seremos capazes de caminhar
sem movimentos aprisionados,
antes que o caos possa se instalar.
Ainda é tempo...
Ana Flor do Lácio