Semana que vem não haverá quarta-feira.
"Semana que vem não haverá quarta-feira.
Não adianta, ela não virá.
Pode ser que seja por pura folga;
Dirá talvez que ficou doente,
algo como dor de barriga...
Existe fervendo boatos que a quarta-feira TEVE que migrar... sim, fora exilada. Não era bem vinda nunca. Fora sempre julgada por comentários maldosos sobre sua eterna distância dos "populares" sábados e Domingos...
Há no mundo enormes injustiças quanto ao tempo e a quarta-feira da semana que vem é extremamente contra a divisão assimétrica dos fusos do mundo. Vê o mundo claramente injusto forrado de fusos-horários com tanto mais que trinta graus e outros com tanto menos... Por isso, não adianta: semana que vem não haverá quarta-feira. E mesmo exilada por nossa indiferença, ela navegará pelos fusos injustiçados e ouviremos nas rádios: "A nossa ex-quarta-feira da semana que vem fora exilada para dar seu tempo aos países sem tempo. A ausência não será percebida- diz a presidenta- (...)"
(...) e assim, não haverá quarta-feira.
Ouvi - por boatos também - que terça-feira passada um clarividente conversou com a quarta-feira a semana que vem. Dizia ele que a famigerada seria uma quarta-feira de bastante sol e tinha grandes sonhos de conhecer Nuku'alofa, terra dos Tonganêses. Ela conhecia a ilha por saber ser ali que o tempo urge; Ali é a verdadeira "terra do sol nascente" dos tempos do Mundo e é onde a quarta-feira da semana que vem queria viver. Era magnífico para ela presenciar o tempo nascer; Nesse lugar, ninguém, nem a quarta-feira da semana que vem estaria fadada a ser mais parte da semana que vem. Ela seria, em Nuku'alofa, o início de todos os dias! "Um belo sonho" -completou o clarividente- da ex-quarta-feira da semana que vem.
E por isso, semana que vem não teremos mais quarta-feira,
Ela se deu no futuro por todo seu tempo,
para conhecer seu lugar, seu sonho.
Um lugar onde não há quartas-feiras, nem há semana que vem
um lugar que todos os dias são dias,
e todo tempo que ali vive, sabe
o que tem de certo sobre tudo que há de si
os tempos ali vivem a contemplar o princípio
e a agradecer, solenemente, por todo fim."