Verdades Repetidas
Verdades repetidas pelo mundo
Não devem ser minhas verdades
Se as minhas verdades ainda estão no desabrochar...
No desabrochar de mim no contexto social voraz.
Eu tento cercar-me de fantasias confortáveis
E procuro a desculpa de ainda ser aprendiz
Para namorar mais o mundo,antes de comprometer-me com ele e mergulhar em suas nuances.
O que eu devo restringir? O que eu devo delimitar?
O que eu devo desenhar para os meus sonhos e deleitar-me nos alentos de que a verdade é fuga perdida...
Fuga perdida pois há ainda correntes nos pés
Fuga perdida pois ainda há véu em nossas palavras
E o hábito de mascarar com o sistema teimoso em unificar.
Mas,unificar o quê ou quem?...
Como unificar almas e desejos para deixá-lo em uma linha estática e impenetrável?
Como unificar meus brios aos seus, se nossos calores e frios são completamente diferentes?
Verdades repetidas pelo mundo não podem me tocar...
Eu quero moldar-me pelo o quê eu sinto,pelo o quê eu vejo,pelo o quê eu falo e ouço,pelo o quê eu vivo e que
Vem diretamente na camada fina de minha pele e que me direciona as minhas palavras sufocadas
Pela imposição banal do homo.
Eu quero descobrir-me além do homo e testar a Metamorfose Ambulante que um tal Raul cantou por aí...
Eu quero ter o direito da pureza de descobertas e saborear caminhos pré-julgados duvidosos.
A tua verdade,eu agradeço por não ser a minha...
E a minha verdade não me aprisiona aos anseios do homem
E nem me obriga ser as suas expectativas,que pairam o tempo todo na sua mente.
E agora, permita-me pontuar com alguns conselhos:
Desfaça-se das dores
Renove seus amores
Livre-se dos estigmas e dos padrões
Perca as suas verdades.
___Charlene Santos___