Causo do Acaso

Thaís Falleiros 21-03-2014

Senhor Cassio não acreditava no acaso. Um ser muito desconfiado. Desse tipo de pessoa que quando tropeça na rua, volta logo para casa:

- Alguma coisa vai acontecer... Vai chover ou vou me deparar com o dono do barraco pedindo o aluguel atrasado ou de certo vou ser roubado!

Quando sonhava com cobra, vixe Maria! Desconfiava até da própria sombra:

- Quem está falando mal pelas costas? Ah, se eu descobrir dou-lhe logo um tiro! Pode ser meu compadre, meu patrão... Ou, claro, meu vizinho!

E assim vivia seu Cassio, supersticioso e acreditava que nada acontecia à toa.

Agora... Imagine você casada com um cabra desse? (Muito chato!).

Claro que a esposa não aguentou!

Um dia ao ver uma calcinha vermelha no varal, ele enfiou na cabeça que ela o traia... Afinal, tinha visto no mesmo dia, uma cueca vermelha no varal do seu Juvenal. Ah! E já havia alguns dias que Seu Cassio vivia com dor de cabeça, não podia ser somente uma coincidência!

A esposa (coitada!) fez as malas e foi logo embora de casa. Até que ela aguentou bastante, doze anos de um casamento, no mínimo irritante!

E Seu Cassio ficou desolado. Solitário. Triste, mal arrumado.

Não saia mais de casa. Não comia. Não assistia à TV, e com medo de ter sonhos mal assombrados, tomava dois ou três remédios calmantes de uma só vez.

Mas não é que um dia, por acaso (!)... Um irmão da Igreja “Deus é pai e não padrasto” bateu sem querer na casa do Seu Cassio, à procura do Seu Genaro (que ninguém sabe quem é!).

E ao ver Seu Cassio tão abatido, o irmão logo abriu a Bíblia e leu um versículo.

E por acaso (!) o texto citado cabia na vida do Seu Cassio, de cabo a rabo!

Aí então foi só alegria! Seu Cassio foi para a igreja virou irmão e deu seu relato! Agora, nada mais de superstição e o “diabo a quatro”. Jesus é seu único salvador, E Seu Cassio, vive bem, feliz e realizado!

Nada de coisas inventadas pela cabeça. Tudo o que acontece é mensagem lá do alto!

(Mas que a esposa tinha caso com o Juvenal, isso ninguém tira de sua cabeça, nem a pau!)

(obs: Esse texto não faz nenhum tipo de violência verbal à qualquer religião que seja. Pelo Contrário, busca incentivar de uma maneira lúdica e engraçada a importância de se ter uma!)