Prosa poética feita pela minha filha Stephanie, pétala da minha vida.
Obrigada por existir...

Ajudar um anjo
Oi, meu nome é Candace. Hoje minha mãe me deu dinheiro para eu comprar o que eu quiser no mercado, então, sendo a adolescente que eu sou, vou fazer o que a maioria dos adolescentes faria: vou torrar meu dinheiro em porcarias. Ou pelo menos, esse era meu plano.
Quando cheguei no mercado, peguei uma cesta e comprei tudo que queria: chocolate, chips, doces, balas, refrigerante. Quando estava indo para a fila, passei pela seção de flores. É, eles vendem vasos com flores. Mas o caso não é esse. O que chamou minha atenção foi um menino ajoelhado no chão com moedas espalhadas. Estava contando as moedas e parecia desapontado. No início pensei: “E eu com isso?”, mas já que estava de bom humor por poder comprar tudo aquilo, me senti solidária e fui até ele.
-Algum problema, menininho? – perguntei, sorrindo.
-Sim... – Le respondeu com voz chorosa.
-Quer me contar?
-Bom... eu queria comprar esse vaso de flores para minha mãe, porque ela adora cravos, mas... Não tenho dinheiro.
-Ah...- eu até entendia. Quando eu era criança adorava levar flores para minha mãe. Adorava como ela ficava feliz com aquilo – Mas... você podia colher alguns cravos para ela, não?
-Mas ela me ensinou que as flores são frágeis. Se eu arrancá-las, vão morrer logo. Quero que elas durem bastante para ficarem lá com ela, já que ela pode ficar lá por muito tempo.
-...Onde – minha voz começou a falhar – onde sua mãe está?
-No hospital – ele olhou para baixo e meus olhos marejaram. Aproveitei que ele não estava olhando para limpar meus olhos – Eu não posso ir lá todo dia, então queria deixar flores lá para ela se lembrar de mim.
Olhei para o preço dos cravos. Realmente eram caros. Então tive uma idéia. Deixei meu cesto no chão e me ajoelhei com ele.
-Quanto falta para você poder comprar os cravos?
-Treze reais...
Eu trouxe quinze reais, mas estavam em moedas. Sem que ele percebesse, coloquei meu dinheiro junto ao dele.
-Talvez você tenha contado errado – disse a ele – Deixe-me te ajudar a contar de novo.
Nós contamos o dinheiro e o rosto dele se iluminou ao ver que não apenas tinha dineiro o suficiente, como também tinha dois reais a mais.
-Nossa! – ele exclamou – Eu não devo ter prestado atenção.
-Verdade – sorri – isso acontece. Agora pode comprar os cravos e algum doce também.
-Sim! – ele me abraçou – Obrigado, moça!
Quando ele me soltou, peguei minha cesta do chão e fui devolver onde estavam. Estava indo embora com as mãos e os bolsos vazios. Mas valeu a pena. Me virei e vi aquele menino no caixa. Ele me viu e acenou. EU acenei de volta e fui para casa.
Quando cheguei em casa minha mãe estranhou eu não ter trazido nenhuma sacola.
-Filha, o que houve? Não disse que ia ao mercado?
-Eu fui, mas resolvi gastar dinheiro com algo mais importante.
-Com o quê?
-Ajudar um anjo... - ela se supreendeu – E ele era como eu imaginava os anjos? Doce, gentil, e inocente... E quer trazer felicidade aos outros...
Naquela noite, quando o menininho foi ao hospital, sua mãe ficou muito alegre com os cravos. Quando ela perguntou como os havia comprado, ele respondeu:
-Eu fui ajudado por um anjo... – a mãe do menino se surpreendeu – E ela era como eu imaginava os anjos: linda, generosa e amável... Acho que ela caiu do céu para me ajudar...
Stephanie Masson Cardozo
Enviado por Railda em 16/03/2014
Código do texto: T4731030
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