EU A SOLIDÃO E A LUA


Eu quis falar da flor,
Da perfeição,
Da lua solitária,
Do dia que adormece
Quando o sol vai se deitar,
Dos desencontros
Que sempre constantes
Nunca permitem
Que eles se encontrem...
E mesmo assim,
Não deixam de se amar
Sendo tão raro que falem de amor.
Eu vou falar de quando amanhece
De quando o astro rei
Desperta, ainda sonolento,
Cheio de sonho e de amor
Pra dar.
Eu quis em versos
Descrever as flores
E a inspiração me mandou calar,
Fez-me saber de que a perfeição
Não será com palavras
Que se pode exaltar.
Então calei e vim olhar a lua
Que solitária tanto quanto eu,
Pra que ninguém a visse triste
De passo em passo foi se esconder
E eu, compreendendo,
Recolhi-me à minha insignificância
Buscando na poesia
Um pouco de esperança
Para prosseguir, e terminei adormecendo.