Notívago

a cidade dorme inconsequente em meus braços

respiro a noite resvalando lasciva ao meu redor

_delírios inenarráveis de amores delinquentes_

em trajetória ininteligível tal qual vagão desgovernado

sobre imagináveis trilhos vorazes

esquinas traduzem dúvidas

num indo e vindo infernal de formas-pensamento

insuportáveis e vitoriosas portas se fecham

em janelas irracionais, descerram-se cortinas ao cair do dia

homens sem alma, sem rumo, em gestos sem ritmo algum

_um rumor detestável de solidão, de exílio temporário_

um dia só, uma só vez para sempre

eternamente.

Fulvius
Enviado por Fulvius em 13/03/2014
Código do texto: T4727783
Classificação de conteúdo: seguro