Notívago
a cidade dorme inconsequente em meus braços
respiro a noite resvalando lasciva ao meu redor
_delírios inenarráveis de amores delinquentes_
em trajetória ininteligível tal qual vagão desgovernado
sobre imagináveis trilhos vorazes
esquinas traduzem dúvidas
num indo e vindo infernal de formas-pensamento
insuportáveis e vitoriosas portas se fecham
em janelas irracionais, descerram-se cortinas ao cair do dia
homens sem alma, sem rumo, em gestos sem ritmo algum
_um rumor detestável de solidão, de exílio temporário_
um dia só, uma só vez para sempre
eternamente.