Quando ladram os cães

Inspirado em "Seja"

da querida, Liduina do Nascimento

Quando ladram os cães

Quando tudo parecia eclodir e quando tudo estava prestes a desabar e quando tudo não parecia ter fim e quando tudo parecia entrar em erupção...O som das palavras foram acalentando meu ser e divagando escrevo: Libertá-me ó Deus!...Dos Cães das Palavras. Livra-me, ó Deus, dos inválidos d'alma, livra-me ó Deus, dos recalcados, dos pobres de espírito, dos medíocres, dos espinhos e dos mesquinhos.

- Livra-nos -

O infinito de tanta coisa pequena, que as vezes fica grande, feito o tamanho maior do bote, feito o tamanho da insanidade. Solidão e falta de respeito e afeto, solidariedade, vão se aninhando em nós. Ficamos pequenos e quase voo de inseto.

As palavras balançam, minhas asas molhadas em pleno voo, que deveriam estar silenciosas e adormecidas.

Me acolho em letras, quero dormir, quero chorar palavras... Quero amar e ser amado em letras, quase morrendo, adormeço e adormeço, faminto de palavas-desabafo.

Repousar - Quero adormecer!...

Repouso meu pescoço caído, feito garças despedaçadas e ressuscitadas e ressuscito. As palavras tem o poder de ressuscitar e o dom de submergir...

O último fôlego em cólera de letras e num último suspiro que pressinto, volto a respirar, quase que aborto.

Tony Bahi@.

Tony Bahia
Enviado por Tony Bahia em 12/03/2014
Reeditado em 13/03/2014
Código do texto: T4725515
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