Quando ladram os cães
Inspirado em "Seja"
da querida, Liduina do Nascimento
Quando ladram os cães
Quando tudo parecia eclodir e quando tudo estava prestes a desabar e quando tudo não parecia ter fim e quando tudo parecia entrar em erupção...O som das palavras foram acalentando meu ser e divagando escrevo: Libertá-me ó Deus!...Dos Cães das Palavras. Livra-me, ó Deus, dos inválidos d'alma, livra-me ó Deus, dos recalcados, dos pobres de espírito, dos medíocres, dos espinhos e dos mesquinhos.
- Livra-nos -
O infinito de tanta coisa pequena, que as vezes fica grande, feito o tamanho maior do bote, feito o tamanho da insanidade. Solidão e falta de respeito e afeto, solidariedade, vão se aninhando em nós. Ficamos pequenos e quase voo de inseto.
As palavras balançam, minhas asas molhadas em pleno voo, que deveriam estar silenciosas e adormecidas.
Me acolho em letras, quero dormir, quero chorar palavras... Quero amar e ser amado em letras, quase morrendo, adormeço e adormeço, faminto de palavas-desabafo.
Repousar - Quero adormecer!...
Repouso meu pescoço caído, feito garças despedaçadas e ressuscitadas e ressuscito. As palavras tem o poder de ressuscitar e o dom de submergir...
O último fôlego em cólera de letras e num último suspiro que pressinto, volto a respirar, quase que aborto.
Tony Bahi@.