Bizantino
Eis minha desavinda vida: esdruxula, manca, perdida!
Quando o sol nasce inicia a sinfonia palhaça dos meus dias, e eu, endiabrado logo cedo, transo com o ar que bate em meu rosto enquanto caminho para o destino nosso de cada dia. A labuta é necessária!
A morte é a estapafúrdia oração que minha alma tece quando tudo não vai bem, é uma defesa fictícia que nada há de resolver, é verdade; mas a fantasia cai bem quando a realidade é por demais dolorida, aliás, dor que Deus algum (Bizantino que é) pode sarar. Os sentimentos íntimos não são curáveis, são vivíveis.
Se sou deísta? De modo algum. Eu creio em Deus, e minhas palavras, embora soem revoltosas, são calmas a máxima potência, mas nem toda potência se pode simplificar, daí o conflito sanguinário que ressurge com a luz do sol pelas manhãs.
Mas não se pode alterar a curva do destino, nos basta apenas caminhar, e isso eu faço bem. Caminho dia após dia evocando pseudônimos e criando uma vida quimérica, que me alivia a alma.
Hoje meu pseudônimo é esquecimento. Esqueço do passado, ignoro o presente e faço sexo com o futuro...quem sabe me nascerá uma filha preferida ao qual chamarei de Ilusão.
"-A benção papai!"
"-Que Deus te ilumine, minha filha!".