" A INFÂNCIA DE SEMPRE"

Foi na infância que aprendi o sentido de todas as coisas, Aprendi que ninguém aprenderia com meus olhos, nem ficaria sábio com meus conselhos. Eu não tinha as feições de agora, sorria com olhos e boca e dente e minhas mãos eram limpas e meu coração também sorria. Foi na infância que aprendi que os falastrões são os mais cavalgaduras.

Quando era pequenino, brincava de super-herói e me contentava em ser

o anti-herói pois era o último a escolher e sempre me sobrava ser o crocodilo do Tarzan, a Chita, o Silvana e o índio do faroeste, assim, preparei-me para a vida, sabendo que é preciso ceder para ser aceito

e alcançar um lugar ao sol. Nadei pelado em rio pois nadar vestido não tinha graça, viver livre é possuir o sol. Aprendi nos tropeços da infância que não se pode ser sempre o primeiro, mas que é preciso sempre estar atento, ser ágil, confiável nas disputas e evitar os esconderijos óbvios na hora do pega-pega e que a surpresa é a melhor escolha.

Aprendi a ser corajoso nas disputas, mas conservar a alma doce,

a mente altiva e ser cordial e que a vileza empobrece. Aprendi que é bom permitir o abraço amoroso, retribuir o sorriso, conservar a inocência dos dias primevos.