Pedi a conta.

Pedi a conta, mas acho que de tanto ficar em débito com a saudade ela parou de me cobrar, perdi as contas de quantas vezes em meu sonho te vi passar, quis te gritar e fim, te vejo ir, me vejo acordar, sem nunca lembrar pela manhã.

Me perdi por entre seu sorriso a primeira vez que o vi, me perdi de mim a primeira vez que te vi sair por aquela porta, pensei em te seguir, ir atrás tentar de novo. De tanto perder e querer te vi sair talvez pela décima vez, tomei coragem e fui, corri, olhei, te vi virando a esquerda, peguei a primeira saída a direita, de tanta curva que eu fiz pra te perder, acabei por me achar, pena que não sabia onde eu estava, então me vi perdido (de novo)

Nesse tanto de nós que vejo espero um dia quem sabe esbarrar com você, quem sabe desatar o nó cego que por dias tentei, talvez parar de vez essavelocidadequenoscerca, andar por andar, não só pra chegar, te ver ir, passar, a luz nesse ponto fica perfeita pra te fazer sorrir, quem sabe dessa vez você fica, e eu possa parar de pendurar essa conta, pagar a saudade, pegar o troco, trocar por felicidade, e ficar em débito com ela pra nunca mais pagar, anota mais uma pra mim?

Paulo Victor Ribeiro
Enviado por Paulo Victor Ribeiro em 05/03/2014
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