Um mar de realidade
A profundidade do mar está tão rasa que só se pode ver areia mesmo a quilômetros da praia, toda a maresia tem o mesmo aroma de decomposição em vida dos seres nascidos, o ferrugem oxida nossa essência, os peixes se alimentam do seu preço, a cor é tão artificial que toda lamina d'água tem a mesma pigmentação em toda sua extensão. A superficialidade é tão notória que se esconde por traz dos hábitos comuns. O mar ficou verde! mas não de esperança e sim de valor. A biota não pensa! ela segue a maré vendida e envenenada por a espuma social. Até as águas vivas estão mortas sem saber, não por falta de transparência, mas por transparência demais. A que custo abrimos mão até de poluir o contexto que foi impelido por um Poseidon sem tridente? Nos despedimos do nosso oxigênio para viver sem respirar sorrindo, para um pseudo equilíbrio, sem nunca ter gozado da sensação dos pulmões inflados pela verdade. Nesse mar ''morto'' é mais fácil conviver com a água turva do que fossar os olhos para enxergar.