Sem título

Talvez não seja algo que se queira ler, as vezes eu penso que desistir na primeira linha faria muito mais sentido do que muitas palavras em uma folha branca, porque talvez seja meio frustrante um texto gigante que não acaba como a gente quer, mesmo que o início te prenda, mesmo que a vida não se acabe bem assim.

Eu posso fingir que tudo bem você não querer ler, ou não gostar, posso fingir que não ligo quando digo oi e você não responde, mas não consigo deixar de dizer que as diferenças que nós fazem desistir podem ser as mesmas que já fizeram alguém desistir de nós, e um dia em meio a vários textos percebo que de tanto falar sobre as minhas diferenças, amedronto quem disse que não ia fugir, porque a gente fica até o outro ir embora e as vezes a gente fica mais, mesmo sem paz, parado olhando tudo que passou, e passa rápido até a gente ver que tem que andar de novo, até a gente ver tudo de novo e tentar outra vez.

E cansa depois de três ou quatro vezes andando em vão, e cansa viver num mundo onde ninguém faz nada por ninguém, onde um é mais que o outro, mesmo sendo iguais, somos os únicos racionais, ao menos o livro de ciências mentia sobre isso, vivemos em distância, olhando pro lado e enxergando um mar de gente, mas somos a esperança de mais, de mais amor, paz e daquelas coisas que assim como outros animais estão em extinção, somos a promessa de um mundo melhor, espero não quebrar essa promessa.

Paulo Victor Ribeiro
Enviado por Paulo Victor Ribeiro em 04/03/2014
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