Circulando

As placas eram sua literatura

Sua alma era uma mapa

Seu guru um faroleiro

Um x marcava cada parada

Uma gana um tanto imatura

Caminhava na sombra da capa

Via corrimão no mundo inteiro

Pedras no caminho eram recifes

Seguia a trilha dos circos

Não tinha limites os cacifes

Ignorava linhas de chegada

Deixava poucos rastos

Abandonava amores castos

Mas mandava cartões postais

neles omitia o remetente

se o mundo é mesmo esférico

sendo um itinerário homérico

é aguardada no ponto de partida

afinal, esqueceu-se da despedida

Roberto Chaim
Enviado por Roberto Chaim em 04/03/2014
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