Circulando
As placas eram sua literatura
Sua alma era uma mapa
Seu guru um faroleiro
Um x marcava cada parada
Uma gana um tanto imatura
Caminhava na sombra da capa
Via corrimão no mundo inteiro
Pedras no caminho eram recifes
Seguia a trilha dos circos
Não tinha limites os cacifes
Ignorava linhas de chegada
Deixava poucos rastos
Abandonava amores castos
Mas mandava cartões postais
neles omitia o remetente
se o mundo é mesmo esférico
sendo um itinerário homérico
é aguardada no ponto de partida
afinal, esqueceu-se da despedida