SOMBRA

Parte de mim que não existe,

Neste plano em que piso...

Mas. que surge de repente

Trazendo para a realidade

O que me resta de juízo...

Persegues-me lado a lado

Como fagulhas de mim mesma,

Contornando minha alma

Retratando minhas incertezas...

Em movimentos dilacerados

Pela luz da existência

Lanças meu corpo ao solo

Em forma de traçados,

Revelando minha inconsciência...

Tuas linhas nem tão retas,

Guardam meus segredos

Escondidos entre os traumas

As dores e os medos...

E ate o mais passivo dos homens

Ë lançado rente ao solo

Marcado como morto

Muito embora esteja vivo...

É meu lado obscuro

A desenhar minha alma

Revelando-se em formas monstruosas

Aquilo que insisto manter escondido...

Irma bastarda de meu corpo

Que ereto se prende a vida

Enquanto ela a sombra,

Deita-se em minhas trilhas

Revelando os porões

Das historias de minha vida...

Enquanto as memórias

Os restos busca esconder,

Vem à sombra deitar-se a minha frente

Jogando-me na cara que -

Se te apresentas plácido e descente

Ela vem revelar-te monstruosa

Feito brasa incandescente.