"QUEM HÁ DE CUIDAR..."
Beijos enviam mensagem, enquanto,
olhares refletem nossos desejos.
Assim, como abraços expressam afeto;
Abraços e beijos expressam vontades.
Aquele beijo, por sua vez, expressou um adeus.
Ao olhar para trás vi teu olhar fugindo do meu,
embora, eu é que estivesse fugindo desta realidade.
E nosso ultimo abraço foi penumbra;
neguei-te o beijo, em seguida.
Não queria com a despedida plantar em ti
minha semente morta e sem vida.
E do primeiro beijo até o ultimo
tanto mudou.
Nossas bocas não são mais aflitas,
nossos corpos não tremem as reações,
nossas pausas não são mais bem vindas.
Não para ti, que de homem bom,
passou a homem bobo.
E, sim, para mim, que de mulher má,
passei a mulher desiludida.
Porém, amo-te como só amo nossas músicas sem fim.
Mas, caída de paixão, a muito, não sou por ti;
Nem tua barba mal feita,
nem teu cabelo bagunçado,
nem tua pele branca,
nem tua cabeça feita,
me animam a seguir e te seguir.
Mulher má, assim sempre serei,
e tu homem bobo, porém, coração enorme.
Assim são todos os tolos.
E de tanto lhe cantar: "se fosse para tudo dar errado que eu estivesse ao menos ao teu lado."
Deu errado !
E foi exatamente contigo que esta frase mudou o sentido.
O vento mudou a direção, e mudei junto com ele.
Que o vento erre a direção outra vez,
te mostre que é recompensável ser bom.
Traga-te um abraço e um beijo acolhedor.
E a mim, bem, a mim resta seguir,
nem sempre caminhos seguros,
nem sempre pronta para me segurar.
Mas se eu não cuido de mim, quem há de cuidar?