Uma estrela só para mim
Luzes de mil Torres Eiffel
Eu conto lá no céu
o que há de mais estranho
num incontável rebanho
piscar de mil vaga-lumes
uma piscando para mim,
risca quadros geométricos
em monólogo dialético
conta mistérios para mim
tenho uma estrela falante
na minha alma é marcante
me põe a falar com o éter
querendo um anjo parecer
Ela não é a Dalva
Não está no sul
Nem ilumina o Cruzeiro
E, em noite turva ela alva
Me mostra do alto derradeiro
Que é o começo de mim
Tão longe assim eu a tenho
E da distância eu desdenho
Mesmo de mil ano-luz
Sei que brilha onde eu a pus
Lá no céu tem uma estrela
E a ela me sinto atrelado