O passista...

Mergulhou na folia, num aú de capoeirista,

seu corpo gingava no ar.

Com trejeito de nobreza, meneou a cabeça

e agradeceu a multidão.

Sua coreografia era uma magia.

O tempo passava permeando a alegria.

Só o sol sabia que era hora do romper o dia.

O coração do jovem se perdeu em arritmia, mas afastou a sombra da morte, enquanto desfilava na avenida.

No seu último passo seu corpo desvaneceu, sua alma enxergava uma procissão de anjos, que seu espírito acolheu.

A lua tristonha aos poucos perdeu o brilho e se recolheu.

As pupilas da aurora abriram o amanhecer com um feixe de luz.

Do rosto lívido do menino, um sorriso desprendia, o arrebol da sua mocidade comovia a todos em sua despedida.

A morte é um axioma que não se pode negar...

magda crovador
Enviado por magda crovador em 28/02/2014
Reeditado em 25/02/2017
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