O passista...
Mergulhou na folia, num aú de capoeirista,
seu corpo gingava no ar.
Com trejeito de nobreza, meneou a cabeça
e agradeceu a multidão.
Sua coreografia era uma magia.
O tempo passava permeando a alegria.
Só o sol sabia que era hora do romper o dia.
O coração do jovem se perdeu em arritmia, mas afastou a sombra da morte, enquanto desfilava na avenida.
No seu último passo seu corpo desvaneceu, sua alma enxergava uma procissão de anjos, que seu espírito acolheu.
A lua tristonha aos poucos perdeu o brilho e se recolheu.
As pupilas da aurora abriram o amanhecer com um feixe de luz.
Do rosto lívido do menino, um sorriso desprendia, o arrebol da sua mocidade comovia a todos em sua despedida.
A morte é um axioma que não se pode negar...