As dores da rima

O inverno,

Um instante de frio,

Um espaço distante

Da febre do amor

Na chuva sombria

Nas trevas da dor

O vento sulino

Anuncia o langor

Dois corpos se cruzam

Num estado febril

Não sente mais frio

Primavera chegou.

É nesse momento

Que a vida produz

Na sombra da luz

Uma alma brotou

Crescendo o rebento

A rima se firma

A sorte só prima

Para um canto alcançar

Perpetuar a sina

Dos filhos da estima

Num verso que ensina

Um belo versejar

Natural é a morte

Viver exceção

Morre-se de medo

De frio e de dor

Só se vive por obra

Ou milagre do amor

A vida se faz

Com intenso calor

A morte é covarde

Mora na esquina

O poeta só rima

A morte com dor

É o inverso da sorte

É a flor que murchou.

Evan do Carmo

Brasília 10/01/2007

Evan do Carmo
Enviado por Evan do Carmo em 01/05/2007
Reeditado em 01/05/2007
Código do texto: T470850