O julgo
Como julgar a nudez, se ela é arte viva. Cada detalhe carnal é poesia e perfeição, cada defeito é pura composição de uma obra prima e completa de algo maior, nós mesmos. Pra que julgar o natural, o que nascemos pra fazer. O entrelaçar dos corpos é como música, cantada em cada pensamento e poro da obra, cada arrepio é vento em nossa alma, cada desejo é a confirmação da continuação. Como censurar o toque, limitar a entrega total, tornando proibida a dança dos pinceis, calando a voz da manifestação mais antiga da arte. Então, como julgar a própria vida em perpetuação?!