Escudo e covardia

Inspirada por meio da canção de Leoni- Dublê de corpo

Só você sentiu por mim o que nem eu sentiria

Você foi o meu escudo e eu a própria covardia

Foi tanta força que eu fiz por nada

Pra tanta gente eu me dei de graça

Só para você eu me poupei

Escudo e covardia

Foi de repente que eles se encontraram.

A moça estava sempre presente, contudo não fazia questão de ser vista.

Ela queria mesmo enfeitar o mundo com os versos que tanto gostava

Como quem não quer nada ele apareceu

Fazia questão de ser visto. E não apenas por ela.

Ele se dizia o sol, perto dele ela se revelava lua.

Ele com sua eloquência mostravam-se imponente como o astro rei.

A moça não; era tímida como a lua em fase minguante.

Poucos entendiam que como a lua, ela era feita de fases.

Sempre que se encontravam, ele a ofuscava com toda sua majestade rei.

Ela porém , o via aquém te todo seu dourado esplendor.

Sim, a moça o via por dentro.

Ali, ele não era tão esplendoroso.

Pelo contrário. Parecia estar em constante eclipse

Essa obscuridade tão familiar à moça

Afizeram-na sentir por ele o que ele nunca conseguiu sentir

Desde que se viu nele, ela passou a ser um escudo.

Conhecedora das obscuridades da noite ela queria protege-lo

A moça trocou de fase e como lua nova sempre tinha palavras de conforto.

Afinal sabia bem o quanto é duro a penumbra existencial

Já ele como sol, tinha a majestade entranhada em seu ser

E continuou a raiar para todas que quisessem se expor aos seus raios poderosos

Mas a moça gostava mesmo era da noite

E gostava da noite que existia dentro dele

Com ela ele se sentia invadido.

Era como se ele fosse uma carta de amor lida por um amante saudoso da presença do ser amado.

Incomodado, ele se fechou.

Enquanto a moça era um escudo ele foi a própria covardia.

A moça chegou a fase de estar cheia, cansada da covardia dele se foi.

Hoje ele brilha só

E ela?!

Ela continua a mudar de fases.

21/02/2014