Asa Branca

Hoje o meu cordel é encarnado,

embebido na bebida do agreste,

pra retratar o cabra da peste debaixo de um juazeiro,

Altaneiro como ele só.

O chão é rachado debaixo dos pés do sertanejo,

mas seu coração permanece indivisível. O ambiente póstumo não reflete, em hipotese alguma, a alma viva do homem do sertão, que vai montado no seu jegue pra onde deus o carregue.

A fé jamais fica em casa, acompanha o bravo homem por onde for.

Há sempre deus, há sempre um amor.

Esperança é o alimento de cada dia.

A chuva cai pouco, mas a sua roupa ensopa de esperança.

Lá no Pé da Serra o Velho Chico brota como um menino,

se agiganta quando vem descendo, trazendo consigo o destino

desse povo que ainda há de se banhar nas águas da fundas da realização, afinal não devemos esquecer do saudoso Gonzagão.

Onde o Nordeste vai dá? Vai dá na cabeça daquele que não

consegue entender como um povo tão simples e privado da abundância

pode ser tão feliz com tão pouco. Já descobriram o valor da simplicidade.

Lui Jota
Enviado por Lui Jota em 21/02/2014
Reeditado em 13/03/2014
Código do texto: T4700539
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