Asa Branca
Hoje o meu cordel é encarnado,
embebido na bebida do agreste,
pra retratar o cabra da peste debaixo de um juazeiro,
Altaneiro como ele só.
O chão é rachado debaixo dos pés do sertanejo,
mas seu coração permanece indivisível. O ambiente póstumo não reflete, em hipotese alguma, a alma viva do homem do sertão, que vai montado no seu jegue pra onde deus o carregue.
A fé jamais fica em casa, acompanha o bravo homem por onde for.
Há sempre deus, há sempre um amor.
Esperança é o alimento de cada dia.
A chuva cai pouco, mas a sua roupa ensopa de esperança.
Lá no Pé da Serra o Velho Chico brota como um menino,
se agiganta quando vem descendo, trazendo consigo o destino
desse povo que ainda há de se banhar nas águas da fundas da realização, afinal não devemos esquecer do saudoso Gonzagão.
Onde o Nordeste vai dá? Vai dá na cabeça daquele que não
consegue entender como um povo tão simples e privado da abundância
pode ser tão feliz com tão pouco. Já descobriram o valor da simplicidade.