[A Vicissitude dos Instintos e da Ação]
No farol vermelho, um distraído avança e induz outros circunstantes [distraídos] a, instintivamente, avançarem também...
Observo e repenso o que eu penso: em cada humano convivem dois instintos antagônicos -- o individualismo e o comportamento de rebanho... Olha só: que ousadia é essa de falar essas coisas! Ainda bem que eu quase não sei nada!
Ah, tudo é nada... Vai ver, todo o mal vem de existir circunstantes aos nossos atos! Ou ainda: a questão da vida é mesmo de ser um circunstante de quem agiu primeiro... Ninguém vive sem ser um circunstante de alguém... ou vive?! Ara... Se eu me levasse a sério, morria!
Maravilhoso é praticar o êxtase da intertextualidade de vida, isto é, o entrelaçamento de experiências que nos leva à reflexão, à ponderação [e avaliação] das escolhas. E assim, podemos ter, pelo menos, a esperança de conseguir evitar a cegueira do agir instintivo que nos leva ao descontrole e ao erro.
[Se eu quisesse mesmo ser claro, eu falava só com os olhos... mas não consigo evitar esse "impulso de palavra"!]
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[Desterro, 17 de fevereiro de 2014]