LENDO O QUE NÃO DEVIA de: Osmarosman Aedo
Aos teus olhos
posso ser até tuas imagens distorcidas
mas, difícil negar que fui sua melhor visão
de quando as aves que rasavam vôos no horizonte
eram urubus em tempo de fome e não dejetos, né?...
Às tuas mãos
pude ter sido areia que gruda
vinda d'um mar que nem sabe aonde está
mas, que fui sua melhor tentação
de quando teus abraçar imaginaram-se nosso
e que não passaram de socos sem punhos
lançados aos nocautes de um perdedor, ah! eu fui, tô certo?...
Aos teus conselhos
pensei até aliar-me aos conceitos revisados
em tons de superioridade e difamação
mas, sabemos dos quantos segredos
espalhamos na sala e que escorreram até
os demais cômodos de nossos corpos
desacostumados com tantas insinuações, concorda?...
Ao meu colo ( ainda em construção ),
pude até sorver tuas investidas aos sentares
quais fluviais, ensinaram-me suportar pesos
dantes inquestionáveis ( hoje com muitas queixas )
mas que, pós sussurros eventuais,
juntaram-se aos ombros e soluçou ( vez em quando ),
o que bem UM, queria falar a DOIS ( a sóis )...
Ao meu ver ( poderia ser à "seu ver", nunca olhamos sozinhos ),
toda submissão fora retribuída;
toda sensação fora consumida;
toda ilusão trocada por farpas;
toda repulsa, cancelada por menções;
toda revelia estirada no chão do quarto ( talvez com problemas de coluna, talvez )
e toda invasão retida na privacidade que não nos conhecia.
Sem nada mais dizer
recolhe-mo-nos insatisfeitos, porém felizes
e descobrimos que o livro que tinha tudo isso acima narrado,
não nos pertencia.
.................é nisso que dá não perguntar: DE QUEM É??..............
Osmarosman Aedo
2.000 e Nós ( bem que poderia ser 2.000 e Todos )