Parábola do Mundo Corporativo

Paredes frias e sem vida,

Ambiente propício à disseminação de pragas,

Ratos, cobras e lagartos,

São alguns dos vícios do mundo corporativo.

As pessoas às vezes se desumanizam,

Fundem-se ao ambiente,

Tornam-se matéria, objeto

Se vida, se cor, gélidas por dentro

Destilam o veneno, distribuem farpas, é assim que se exaltam

Do topo da arrogância, vivem uma vida sem sentido

Tenho pena de pessoas que acham que vão ganhar o mundo

Tentando diminuir os outros.

Achando saber tudo da vida,

Perdem a oportunidade de aprender,

Deixam de conhecer as coisas que realmente importam,

Acabam por descobrir apenas quando estiverem perto de morrer

Paredes frias também abrigam pessoas quentes

(não leve isso para a maledicência)

Pessoas aquecidas por dentro, por sua luz própria,

Que oferecem calor e podem aquecer a quem estiver ao seu redor

O calor da ternura, o calor da amizade,

A displicência singela, desprovida de maldade.

Embora a amizade e a alegria seja contagiante,

Aos olhos do führer a lealdade ofende

Não compreende o ditador o significado do desinteresse,

Tendo o coração gélido, tem medo desse calor

Para quem não sabe o que é ser feliz

Não compreende que a vida é feita de momentos alegres,

Da simplicidade do ser,

Que as relações pessoais não precisam de hierarquia,

Onde se existe respeito, união e liderança,

Por desconhecer essas palavras,

Que pena, nunca saberá o que se passa,

Continuará confundindo qualquer sorriso como troça, zombaria

Perde a oportunidade de rir-se da piada,

Querendo ajuntar, apenas se espalha

E, por ironia do destino,

Querendo aparecer, não tem em si nenhum vestígio de brilho....

Um duto de ar pode arejar essas paredes

Renovar, trocar o gelo pelo ar fresco

Trazer as folhas do outono ao ambiente gélido da Antártida,

Fazer sorver o aroma e sentir o sabor das frutas,

Colorir essas paredes pálidas com as cores das flores,

Trazer de volta a vida, com a alegria da algazarra dos insetos,

Deixar o calor humano descongelar esses corações pétreos,

Esse duto de ar precisa de espaço para cumprir seu papel,

Esse caminho que conduz a solução pode ser traduzido por uma palavra:

A liberdade de expressão,

O livre-arbítrio de manifestar seus pensamentos,

Do agir, do pensar, do ser, do viver,

Sem despertar a inveja, sem acalorar a petulância,

Só assim será possível,

Avivar de novas cores esse cinzento mundo corporativo!

Moral da história:

A vida não segue suas regras,

Você pode jogar o seu jogo, viver ao seu modo

Viver da sua arrogância (que eu quero distância!)

Pensando em ganhar, no final vai compreender

Que tudo que ganhou, na realidade só fez perder...