Morrendo de medo, tranquei a felicidade em uma caixa

Palavras e mais palavras eram lançadas ao abismo que havia fora de mim, era a minha forma de libertar o sentimento sufocador. Havia momentos em que já raciocinava poeticamente, com versos e rimas poetizava as situações.

A vida era assim quase o tempo todo, desde que ele chegou. Arrancou-me sorrisos e até algumas lágrimas, tudo no mais discreto silêncio. Não queria ser descoberta, por isso eu era quase só disfarce. A minha intensidade quase não existia quando estava ao seu lado, meu riso era contido e minha dor ficava guardada, não era fácil arrancar de mim algumas palavras.

E assim, ele não me conhecia. E eu? Eu sabia que, mais uma vez ele partiria cansado de tentar entender quem não queria ser compreendida. Tão somente escura terminava aquela noite, que não exibia um céu estrelado ou uma lua brilhante. Eram as nuvens que encobriam a beleza, a verdade, o sentimento.