Em cada cidade, uma saudade.
E lá ia ela, mais uma vez fazer as malas, queria carregar tudo consigo, mas precisava levar apenas o essencial. Uma vida de mudanças a obrigava a deixar pedaços seus pelos lugares que passava, era um tanto quanto doído abandonar-se aos poucos pelo caminho que nem sabia onde a levaria, mas, mesmo assim, queria percorrer.
Era um coração aventureiro, um coração com asas. Não queria prender-se, às vezes fugia do apego para evitar a dor. No meio da frieza de não querer ter raízes, se perdia na intensidade dos sentimentos e acabava amando, mesmo sem querer.
Amava os lugares, amava o tempo, o percurso, os objetos, amava as pessoas. Queria levar tudo consigo, mas trazia apenas uma enorme saudade junto com um desejo maior ainda de um futuro que não sabia explicar.
Partia, dizia que iria voltar, mas logo percebia que aquele passado já não mais voltaria, relembrar era a única coisa que continuava a fazer, ela não abria mão das experiências!