O vazio e o infinito

Eu me esforço para manter-me em evidência enquanto tomo o corpo e rosto de alguém de outra aparência.

Vejo uma figura inversa, sem perspectivas de ser outro ser. Afinal, a revelação de quem eu não queria ver.

Mala sem alça acomodando sem jeito duas camisas sem esperança, um paletó sem futuro e, sem ânimo nem cor, uma inerte calça. 

Não aceito mais as cores sóbrias e se assim me vejo, ouso desafiar meus limites, o novo, o sonho, o que mais almejo?

O espanto aguça a vontade de virar a mesa mesmo que a seta da vida, que está por um fio, mostre sempre o vazio.

Prefiro o recomeço, quase sempre sozinho e quase nunca aflito.
 
Ainda acredito nas amplas, às vezes tortuosas, avenidas do infinito...

Leo


 
Leonilsson
Enviado por Leonilsson em 11/02/2014
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