"NÃO SOU GALINHA PARA BOTAR UM OVO!"
Não sou galinha para botar um ovo,
mas vomitá-lo,
posso!
Deixar de ser-me
só com sacrifício,
disso não estou disposto.
Não adianta querer corrigir as coisas
só com idéias que estão na moda.
No fundo, elas,
as idéias de moda,
permanecerão sempre iguais.
Não, não, não!...
Não compactuo!
Prefiro um desejo rebelde,
um silêncio, uma madrugada morta,
um perdão nos olhos de um mendigo.
Prefiro vomitar um ovo!
Cheguei a ser sábio quando criança,
quando possuía a mais pura certeza.
Quando resolvi entrar no "bosque",
foi por pura satisfação de experimentar o novo
em mim:
o silêncio do bosque me fascinou,
mas percebi com o passar do tempo,
que entrar no bosque é como experimentar
a busca da verdadeira própria face.
Não se pode encontrar a tranquilidade num labirinto.
Tudo é contínuo e não há fronteiras entre
o bosque, onde mora o devaneio
e a paz que não é deste mundo.