NOS CEMITÉRIOS SONHOS ADORMECIDOS DESCANSAM EM PAZ

Nos cemitérios sonhos adormecidos descansam em paz

A lápide de pedra lisa e branca como uma bomba

Repousa sob seu peso bravos que outrora empunharam

armas e bandeiras contra o invasor que aniquilava vidas

Próceres e humildes cidadãos

todos, irmanados em comum desejo

não retardaram os passos que avança ao front

Punhos cerrados e tomados de certeza inabalável

nem soldados nem canhões foram capazes

e firmes no avanço empunhado foram ao destino que traçaram

Jaz na memória de livros e relatos feitos

a brava marcha que não cedeu seu quinhão

Disparos foram ouvidos e feroz força não cessava

Ao fim do longínquo dia contaram mais de mil

O fato não esmoreceu que veio depois

e a marcha está sempre em prontidão

O sol já não tem o mesmo brilho

A lua ilumina noites solitárias

Flores brotam em jardins esparsos

E borboletas decoram o dia em cores vivas

O ventre cheio pulsa a vida que não desiste

Guardiã dos filhos a mãe a tudo assiste

A leoa ruge anunciando a hora de partir

No topo da montanha o homem contempla

A vasta terra que abraça quem dela cuida