CLAMOR



A tarde geme de tanto calor,
A claridade que nos fere os olhos,
É tanta luz, que às vezes dói!
Silêncio gritante que ninguém entende;
Que tortura é essa?
Que tempo mais louco!
Passarela que cai em plena avenida,
Transbordam adutoras
Que vão ceifando vidas,
Por falta de amor, infância perdida...
É a falta de escola e de professor,
Protestos insanos com vândalos infiltrados,
Descrença total nos homens das leis...
O planeta parece que vai se acabar.
É como nos tempos bem antes de Cristo,
Quando um dilúvio afogou o mundo...
São balas perdidas em qualquer cidade,
E inocentes pagando pelo pecador,
São gritos sem ecos, que ninguém escuta,
E corações insanos, um total clamor.