Tempestade
Estranho a tempestade que vive em mim. Que me arrebata com ondas violentas e me deixa a agonizar na areia sob o céu coberto de estrelas que nunca poderei tocar. O céu é tão distante quanto as profundezas do mar. E vivo nesse meio, caminhando de mar à terra, perdida em pensamentos, em saudades, em medos irremediáveis. Tudo tão lancinante, tão extremo.
Tal qual o mar, cuspo para fora do meu ser as caravelas que em mim tentam navegar. Como bicho da terra selvagem, provoco feridas nos que tentam me domar, como o negro céu, faço despencar as estrelas que tentam minha escuridão alumiar.
E assim eu sou -mar, terra e céu – pois só assim eu sei ser.
O.M.