De volta

De perto não se esconde, mas também não parece estar;

Distante, aonde a luz lhe esconde os olhos, toca-me a face;

Partindo e correndo quando já não se espera por nada e nem adeus

Desfeito as promessas e as pazes, desacreditando da felicidade e da fragilidade

Fazia dos passos lágrimas avessas da esperança

Corria e chorava sem rumo, sem vez, sem nem querer parar, sem esperar que parasse;

Saltou metade do tempo, retrocedeu e voltou à corrida;

Sempre com o olhar preocupado e mãos vazias;

Sempre com coração em chamas e parábolas rasgadas;

Não cansava, não desistia e não alcançava;

Contei seis vezes, depois me perdi nos números e nas canções;

O pedido era o mesmo e a culpa também, mas não eram as mesmas coisas

Mudava a roupa e a cor dos cabelos, e os saltos, sempre os saltos;

E da ultima vez, quando não sabia mais a quem controlar, não voltou

Mas suas coisas e retratos permaneceram intactos.

Paula Rodrigues (Coka)
Enviado por Paula Rodrigues (Coka) em 03/02/2014
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