Despertar
Sentado despretensiosamente em frente à “passarela”
Observava os “modelos” que “desfilavam”.
Olhava com ar de desinteresse. A maioria dos “modelos” despertava-me sensações que já havia experimentado.
Em “determinado” momento do “desfile”, eis que ela surge, inesperadamente, na “passarela” e eu a vi.
A vi não apenas com olhos de retina e pupila. Contemplei-a com olhos de interesse em conhecê-la; de desejo de tocá-la; de vontade de ouvir a voz dela.
E para o meu encanto ela retribuiu o olhar com a mesma intensidade.
E o que era receio transformou-se em decisão.
Fui até ela...
O que era medo transmutou-se em desmedida coragem.
Revelei meu encanto por ela...
O que poderia ser silencio embaraçoso fluiu num diálogo cadenciado, intenso, divertido, provocante, delicioso.
Ela despertou o poeta em mim...
O que era apenas um modelo ideal encarnou-se numa mulher: esbelta, morena, cabelos encaracolados, seios redondos, lábios carnudos e suculentos, timbre de voz agradável, perspicaz, inteligente, falante, louca, adora cachaça e... Professora.
Despertou-me paixão...
O que era desejo explodindo por todos os poros em direção a todas, canalizou-se apenas para ela.
Despertou-me autocontrole...
O que era inquietação, pensamentos soltos e acelerados virou tranqüilidade.
Despertou-me paz...
O que era olhar cansado, andar curvado, rosto sério, mudou para olhar vívido, andar ereto e decidido e rosto calmo, quase a sorrir.
Despertou-me vida....
O que era desejo de possuir transformou-se em vontade de ficar pertinho, de ouvir a voz doce, de acariciar, de fazer AMOR.
Despertou-me amor...
O que era treva virou luz; o que era ruim ficou bom e o que era sentimento transformou-se em palavras, em poesia.
Ela desperta o melhor de mim!