Sonho das Alexandrias
Em um dia choro pelas flores esmarridas de uma primavera que teve seu fim
Noutro, sangro pela saudade de quem partiu no trem do além sem nada levar de mim...
Noutro, penso na angustia que é ficar nesta terra dura e amarga, como beija-flor em desespero, voando veloz contra o vento, em busca de flores e a fartura de um doce beijo...
Noutro, eu não sou nada, sou uma garrafa vazia do vinho que julguei jamais acabar...
Noutro, sou uma manhã de sol e por seus raios sou coroado, me sinto felizmente pleno e sou grato...
Louvo os grandes feitos do universo, da mais distante estrela ao pequenino pássaro que pousado em minha janela me espreita as horas ingratas...
Um dia choro pelas noites perdidas e por todas as vezes que meus ouvidos foram casa de mentiras...
Noutro, vivo pelas minhas verdades, em céu noturno busco por estrelas e em minhas asas deixo soprar o vento da liberdade...
Noutro, as estrelas são distantes e eu caço vagalumes como um distraído infante!
Um dia sou sonhador, vislumbro em horizonte de utopia um mundo sem fronteiras, o antigo sonho das Alexandrias...
Noutro, quero matar a covardia com a faca por ela, em peito inocente, esquecida...
Noutro, sou poeta rabiscando em beleza um puro, porem estranho amor
Um dia sou a cruz que carrego, noutro sou o próprio Cristo, mas logo dos cravos nos pés e mãos sou a dor.
Um dia sou orador e noutro descrença e rancor... Sou pobre, sou rico... Lembrado e esquecido
Um marco em folhas amarelas, nas bibliotecas do mundo sou segredo esquecido, ou, sou na pedra um risco torto e esquisito...
Sou servo, sou imperador, sou o barco e quando sou o mar logo me torno o arpoador...
Noutro, tento pescar uma sereia e me perder em seu canto, mas logo me torno santo cuja tumba é cultuada e ainda assim me perco, pois sou a saliva no dedo que virou tantas páginas...
Sou tantos livros que meu coração não leu, mas quando deixo de “ser” em um dia, noutro sou tudo que o poeta não escreveu...
E se fosse tornar a erguer do pó da terra cada corpo que lá deixei, povoaria um mundo só com as pessoas que um dia fui; neste mundo reis lutariam entre si, donzelas por amor se entregariam para morte, mancebos seriam santos e profanos, haveria honestos e bandidos, conhecidos homens e desconhecidos mendigos, ricos e pobres lutando pelo mesmo ouro perdido; haveria alquimistas e cientistas, ateus e ativistas, haveria profetas e homens de conquistas, e haveria alguém sem saber se existe ou se é um sonho do criador, este alguém estaria de frente ao mar que um outro alguém chamou de Egeu..
Ponho-me a pensar: Este mundo que me cansa é povoado por todos os “eus” que foi Deus, mas amanhã é outro dia, eu estarei pensando em novas formas de entender a vida!
Noutro, sangro pela saudade de quem partiu no trem do além sem nada levar de mim...
Noutro, penso na angustia que é ficar nesta terra dura e amarga, como beija-flor em desespero, voando veloz contra o vento, em busca de flores e a fartura de um doce beijo...
Noutro, eu não sou nada, sou uma garrafa vazia do vinho que julguei jamais acabar...
Noutro, sou uma manhã de sol e por seus raios sou coroado, me sinto felizmente pleno e sou grato...
Louvo os grandes feitos do universo, da mais distante estrela ao pequenino pássaro que pousado em minha janela me espreita as horas ingratas...
Um dia choro pelas noites perdidas e por todas as vezes que meus ouvidos foram casa de mentiras...
Noutro, vivo pelas minhas verdades, em céu noturno busco por estrelas e em minhas asas deixo soprar o vento da liberdade...
Noutro, as estrelas são distantes e eu caço vagalumes como um distraído infante!
Um dia sou sonhador, vislumbro em horizonte de utopia um mundo sem fronteiras, o antigo sonho das Alexandrias...
Noutro, quero matar a covardia com a faca por ela, em peito inocente, esquecida...
Noutro, sou poeta rabiscando em beleza um puro, porem estranho amor
Um dia sou a cruz que carrego, noutro sou o próprio Cristo, mas logo dos cravos nos pés e mãos sou a dor.
Um dia sou orador e noutro descrença e rancor... Sou pobre, sou rico... Lembrado e esquecido
Um marco em folhas amarelas, nas bibliotecas do mundo sou segredo esquecido, ou, sou na pedra um risco torto e esquisito...
Sou servo, sou imperador, sou o barco e quando sou o mar logo me torno o arpoador...
Noutro, tento pescar uma sereia e me perder em seu canto, mas logo me torno santo cuja tumba é cultuada e ainda assim me perco, pois sou a saliva no dedo que virou tantas páginas...
Sou tantos livros que meu coração não leu, mas quando deixo de “ser” em um dia, noutro sou tudo que o poeta não escreveu...
E se fosse tornar a erguer do pó da terra cada corpo que lá deixei, povoaria um mundo só com as pessoas que um dia fui; neste mundo reis lutariam entre si, donzelas por amor se entregariam para morte, mancebos seriam santos e profanos, haveria honestos e bandidos, conhecidos homens e desconhecidos mendigos, ricos e pobres lutando pelo mesmo ouro perdido; haveria alquimistas e cientistas, ateus e ativistas, haveria profetas e homens de conquistas, e haveria alguém sem saber se existe ou se é um sonho do criador, este alguém estaria de frente ao mar que um outro alguém chamou de Egeu..
Ponho-me a pensar: Este mundo que me cansa é povoado por todos os “eus” que foi Deus, mas amanhã é outro dia, eu estarei pensando em novas formas de entender a vida!