FUGIR DA VERDADE.
Quanto se procura a certeza mais se aproxima a incerteza no caminho que não é fechado à visão nem acompanha a palavra que não sabe o que vai encontrar por não saber o que procura, qual é sua busca.
Fechar os olhos ao conhecimento é apanhar da vida que não se formaliza na experiência. A vida está sob nossos olhos, tombando sob nossos sentidos com suas variáveis todas para serem aceitas. O que não se aceita machuca, abre feridas, fragiliza e expõe cada vez mais o cérebro que não apaga o coração. A emoção que se mostra em lágrimas é a incompreensão da dor que não esvazia a alma.
Quem deu tanta sensibilidade ao homem para sofrer a dor da saudade, o deserto da perda, a mágoa da ausência? Quem estruturou uma inteligência tão fraca para compreender e gigantesca para sofrer o que fere a alma e mata a carne?
Fugir da verdade é tornar-se mais fraco, esconder-se da realidade é se dissolver no tempo encurtando a vida. Melhor vagar sem respostas e abraçar a indiferença de nada querer saber.